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O que é o Câncer de Tireoide?
jan. 30, 2020
O câncer acomete grande quantidade de pacientes todos anos. Segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para 2018 foi de mais de 600 mil novos casos da doença. Uma das formas de manifestação da patologia é o câncer de tireoide.
Para quem não sabe, o câncer não atinge apenas órgãos, como pele, pulmão, pâncreas e intestino. Ele também se manifesta em tecidos, como a mucosa da boca, ossos e glândulas. A tireoide é uma dessas glândulas
que estão suscetíveis ao surgimento dos tumores malignos e benignos.
Localizada na parte anterior do pescoço, a tireoide é uma das maiores glândulas do corpo a qual tem forte protagonismo no equilíbrio do organismo. Doenças como hipotiroidismo e hipertiroidismo precisam ser tratadas para evitar sintomas desconfortáveis e problemas no desenvolvimento corporal, hormonal e cognitivo de crianças, jovens e adultos.
A função da tireoide é regular o funcionamento de órgãos muito importantes, como coração, cérebro, fígado e rins. Ela faz isso por meio da produção de hormônios, conhecidos como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Apesar de não ser uma das formas mais comuns de câncer, os tumores na tireoide são alvo de preocupação devido à importância da região atingida pela doença. Veja abaixo algumas informações essenciais sobre o câncer de tireoide, seus sintomas e as formas de tratamento. Boa leitura!
O que é o câncer de tireoide?
Segundo o INCA, a estimativa de novos de casos de câncer entre homens e mulheres para 2018 era de 634,8 mil. Dentre todos os diagnósticos, apenas 9.610 foram de câncer de tireoide, cerca de 1,5% do total.
Ele se manifesta com mais frequência nas mulheres. Cerca de 84% dos novos casos de câncer de tireoide estimados seria em pacientes do sexo feminino, a maioria entre 30 e 50 anos de idade.
A maioria dos pacientes não percebe o tumor. A doença atinge o organismo de forma silenciosa e sem sintomas durante o estágio inicial. Conforme ocorre o avanço, o tumor aumenta de tamanho, mesmo quando não é maligno.
Fatores de risco e causas
O câncer de tireoide tem relação com alguns fatores interessantes.
A baixa presença de iodo na alimentação e a exposição desprotegida à radiação são fatores de riscos para o surgimento da doença.
Em ambos os casos, estamos falando de sintomas de difícil ocorrência, afinal, recebemos a carga de iodo necessária por meio do sal de cozinha (que é enriquecido com iodo) e poucas pessoas são expostas de forma regular a doses altas de irradiação. Além disso, o aparecimento da doença na população está também relacionado a:
- Idade (a doença é mais comum após os 45 anos);
- Fatores genéticos;
- Histórico familiar de câncer de tireoide;
- Radioterapia na região da tireóide.
De forma geral, o câncer de tireóide é um dos que apresenta maiores chances de cura.
Mas o que explica os quase 10 mil casos estimados no Brasil?
De acordo com as pesquisas desenvolvidas pela oncologia e endocrinologia, os principais fatores relacionados à maior número de casos novos da doença são o maior acesso aos exames diagnósticos, pois muitos pacientes diagnosticados com a doença são assintomáticos, e provavelmente maior exposição a outros fatores de riscos ainda não bem definidos na literatura.
Quais são os principais sintomas?
Na fase inicial, em geral não há sintomas, o diagnóstico é feito por achado de nódulo de tiroide no exame de ultrassom. Por outro lado, em fases avançadas da doença os pacientes podem perceber:
- Nódulos ou caroços no pescoço (eventuais metástases da doença para os linfonodos)
- Rouquidão persistente (por paralisia do nervo da voz)
- Dificuldades para engolir alimentos (por compressão ou invasão do esôfago)
- Surgimento de problemas respiratórios (por invasão da traqueia).
Na presença de um ou mais sintomas é importante que você procure atendimento médico especializado.
Tipos de Câncer de Tireoide
As principais apresentações são:
- Carcinoma papilífero e o folicular: Estes são os carcinomas bem diferenciados da tireoide, sendo o tipo mais comum o carcinoma papilífero, que representa pelo menos mais de 80% dos casos. Ele se desenvolve nas células foliculares de forma lenta e costuma atingir só um dos lobos da tireoide. Em fases mais avançadas, ele pode atingir gânglios, mas mesmo nesses casos, os tratamentos costumam ser bem-sucedidos com altas chances de cura e o risco de mortalidade é baixíssimo.
- Carcinoma Medular (CMT): O CMT é um tumor raro, que representa entre 3 e 10% dos casos de câncer na tireoide. Ele costuma causar a elevação da produção de calcitonina (um dos hormônios produzidos na glândula) e possui taxas de cura, em geral, menores que os carcinomas bem diferenciados.
- Carcinoma anaplásico (CIT): Esta é a forma mais agressiva dentre todos os tipos de tumores da tireoide. Ele possui alto índice de mortalidade e sobrevida média de 6 meses após o diagnóstico. Quando os sintomas aparecem, apresentam progressão muito rápida, com crescimento local do tumor que pode levar dificuldade respiratória ou para engolir. Felizmente, é o tipo mais raro de apresentação da doença.
Quais são os tratamentos possíveis?
Diferente de outros tipos de câncer, os tumores na tireoide raramente são tratados com quimioterapia e radioterapia. O mais indicado é a remoção cirúrgica da glândula, que pode ser parcial ou total a depender da extensão do tumor, assim como a eventual remoção dos gânglios do pescoço em caso de acometimento pela doença.
O tratamento complementar com Iodo e a dose da reposição hormonal, nos pacientes submetidos a remoção completa da glândula, são decididos baseados no risco de recorrência da doença, sendo que para pacientes considerados de alto risco, além da iodoterapia, utiliza-se a reposição do hormônio da tireóide em uma dose mais alta, até que o TSH (um hormônio produzido pela hipófise que estimula as células de origem tireoidiana) seja reduzido no organismo. Por outro lado, nos pacientes considerados de baixo risco para recorrência da doença pode não ser indicado a iodoterapia, para se evitar os seus efeitos colaterais, que são mais comuns nas glândulas salivares.
As chances de cura do câncer de tireoide são ótimas. Nos estágios iniciais, a taxas de cura são superiores a 90%.
Caso você apresente algum dos sintomas ou dos fatores de riscos citados procure avaliação médica com o especialista.
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