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Conheça os principais tipos de cirurgia de tireoide

dez. 05, 2019

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, localizada na região anterior ao pescoço, logo abaixo do pomo de adão. Ela é uma das principais glândulas do corpo humano, pois regula a função de órgãos fundamentais para o organismo. Em muitos casos, ela pode crescer exageradamente ou ser afetada por outros problemas, como o câncer. Nestes casos, a cirurgia de tireoide pode ser o tratamento mais indicado.

O procedimento da cirurgia de tireoide pode ser total ou parcial. Certamente, o tipo de cirurgia irá depender de diversos fatores, que serão discutidos entre o médico e o paciente. Saiba tudo sobre a cirurgia de tireoide no artigo a seguir.

Cirurgia de Tireoide - Tudo o que você precisa saber:

Saiba quais exames podem ser solicitados para diagnosticar problemas na tireoide.

Antes de realizar a cirurgia, o paciente deve passar por algumas consultas com o médico para verificar de fato qual é o problema que está acometendo a glândula. O diagnóstico pode ser feito a partir de vários tipos de exames, como: 
  • Dosagem de hormônios tireoidianos e TSH;
  • ultrassom;
  • Dosagem de anticorpos tireoidianos;
  • cintilografia de tireoide;
  • Biópsia por punção aspirativa por agulha fina (PAAF);
  • Tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética. 
Confira para que serve cada um deles:
Dosagem de hormônios tireoidianos e TSH
A dosagem de hormônios tireoidianos (T3 e T4) e TSH é o principal exame para o diagnóstico do hipotireoidismo e hipertireoidismo. Em síntese, tem o objetivo de dosar os hormônios associados à glândula. 

Entretanto, a dosagem é recomendada para pacientes com suspeita ou risco de hiper ou hipotireoidismo, quando a tireoide funciona rápido ou devagar demais, respectivamente.

Dosagem de anticorpos tireoidianos
O exame de dosagem de anticorpos tireoidianos tem a função de diagnosticar e monitorar as doenças da tireoide, como por exemplo:

- Tireoidite de Hashimoto;
- Tireoidite subaguda;
- Doença de Graves.  

Entretanto, o objetivo é diferenciar essas doenças de outros problemas que atacam a glândula. Além disso, esse teste detecta a presença e mede a quantidade de autoanticorpos tireoidianos específicos.

Ultrassom de tireoide
Por meio de imagem, o ultrassom de tireoide permite que a glândula seja avaliada. Aliás, trata-se de um método indolor, o qual utiliza-se de ondas sonoras, gerando imagens do interior do corpo. Este exame é feito quando existe um crescimento anormal da tireoide e ajuda a diagnosticar uma cavidade contendo líquido e tecido anormal, que pode ou não ser cancerígeno.

Contudo, no exame, são levantadas informações como tamanho, localização dentro da glândula e características dos nódulos. Esses dados norteiam as decisões cirúrgicas, assim como servem para o acompanhamento clínico dos mesmos. O laudo inclui fotografias impressas das imagens obtidas.

Biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF)
Esse exame é realizado para o diagnóstico conclusivo do câncer de tireoide. Durante o procedimento, o médico remove uma amostra do tecido para analisar se o tumor é maligno. Aliás, a aspiração com agulha fina do nódulo tireoidiano é a maneira mais simples de examinar a gravidade do problema.

Ao fazer o exame, uma agulha, guiada por ultrassom, é inserida diretamente no nódulo para aspirar algumas gotas de líquido que contêm as células. Sobretudo, esse tipo de diagnóstico é importante na determinação da presença do câncer de tireoide, além de ajudar o médico a determinar o melhor tipo de tratamento da doença.

Cintilografia de tireoide
A cintilografia é um exame que serve para avaliar o funcionamento da tireoide, detectando a presença de nódulos, câncer, além de investigar causas de hipertireoidismo, hipotireoidismo ou inflamação da tireoide. Por meio de uma pequena quantidade de iodo radioativo, as imagens da glândula são obtidas para diagnosticar as anomalias.

Algumas horas após a administração do iodo, é possível observar as células da tireoide presentes em qualquer parte do corpo. 

Contudo, as áreas que captam menos radioatividade são os nódulos frios e as que captam menos são os nódulos quentes. Quando uma biópsia confirma o diagnóstico do câncer de tireoide, é realizada a cintilografia de corpo inteiro para determinar se existe disseminação da doença.

Tomografia Computadorizada
O exame de tomografia computadorizada tem a função de fazer o diagnóstico por imagem utilizando radiação x para visualizar algumas partes do corpo. O procedimento permite verificar o tamanho e localização do tumor de tireoide, assim como a presença ou ausência de metástases em outros órgãos que podem ser afetados pela disseminação da doença.

Em alguns casos, tomografia computadorizada é utilizada para guiar precisamente o posicionamento de uma agulha de biópsia em uma área suspeita de câncer.

Ressonância Nuclear Magnética
A ressonância nuclear magnética é um exame capaz de mostrar aumento de uma ou mais paratireoides, ou nódulos na tireoide, da mesma forma que a tomografia computadorizada. Além disso, este exame tem o objetivo de verificar possíveis invasões das estruturas adjacentes nos casos em que o câncer de tireoide está em estágio mais avançado.

Como é a cirurgia da tireoide e porque é indicada?

Existem muitos casos de anomalias de tireoide em que o médico indica a realização de procedimentos cirúrgicos. Geralmente, os mais comuns são quando existe a presença de nódulos mais volumosos e que causam compressão cervical. Do mesmo modo, quando há suspeita de câncer, o procedimento também é recomendado.

A cirurgia de tireoide não costuma oferecer grandes riscos. Porém, deve ser realizada com bastante cuidado, devido ao fato de a glândula estar próxima de estruturas importantes, como as artérias carótidas e os nervos das cordas vocais.

Por isso, é essencial que o paciente saiba dos possíveis riscos e complicações antes de tomar a decisão, juntamente com o médico, a respeito de qual será o procedimento realizado (falaremos sobre eles a seguir). Aliás, é fundamental que o médico seja consultado e questionado sobre todas as dúvidas que possam existir, deixando paciente ciente de todas as informações importantes e esclarecendo os possíveis questionamentos. 

Pré-operatório da cirurgia de tireoide

Alguns exames pré-operatórios são solicitados pelo médico com o objetivo de verificar as condições do paciente para a realização da cirurgia. Um exemplo é o eletrocardiograma e ECG que detecta qualquer problema de arritmia ou isquemia que podem se agravar durante o procedimento.

Além disso, uma radiografia do tórax é importante para averiguar qualquer desvio traqueal ou bócio mergulhante, a fim de verificar as condições do coração e do pulmão. Entretanto, os exames relacionados à indicação da cirurgia, como o ultrassom da tireoide e a PAAF devem ser atualizados.

No câncer de tireoide, há indicação de realizar um ultrassom cervical para investigar a presença de metástases linfonodais. Além disso, em alguns casos, como por exemplo, em câncer agressivo ou tireoides volumosas, a tomografia cervical com contraste pode ser necessária.

Como a cirurgia é realizada

A cirurgia da tireoide é feita com anestesia geral pode demorar em torno de duas horas, o médico faz um corte no pescoço que permite observar e retirar a tireoide (parcial ou totalmente. Já a cirurgia transoral o corte deixa de ser externo e é feito internamente na parte interna do lábio. Falaremos a seguir sobre cada um dos procedimentos. 

Sobretudo, é imprescindível que o paciente faça jejum de oito horas antes da cirurgia. Também é recomendado que nos 7 dias que antecedem o procedimento, não sejam ingeridos alguns medicamentos que contém ácido acetil salicítrico, como por exemplo, ASS, Bufferin, Aspirina ou Melhoral, pois aumentam o risco de sangramento durante a cirurgia, além de prejudicar a cicatrização.

Internação

O tempo de internação varia muito, de acordo com o tipo de procedimento, complicações clínicas e evolução pós-operatória. Entretanto, se tudo estiver ocorrendo dentro da normalidade, o paciente pode receber alta no dia seguinte à cirurgia.

Tipos de procedimentos

Tireoidectomia total e parcial
A tireoidectomia, cirurgia para a retirada da glândula tireoide pode ser realizada de forma parcial, removendo apenas parte da mesma, ou total, tirando-a por inteiro. Em síntese, a indicação e decisão entre qual procedimento será realizado depende de alguns critérios relacionados à doença e ao paciente, além do tamanho do nódulo ou do tumor.

Certamente, quando há tumores menores de 2 centímetros, torna-se possível realizar a retirada de forma parcial, obtendo resultados oncológicos semelhantes e diminuição nos riscos de complicações. Por outro lado, a decisão da extensão da cirurgia também considera outros fatores como por exemplo a presença de outros nódulos que não somente o maligno e funcionamento da própria glândula.

Vale ressaltar que é possível manter parte da glândula, a qual tem importante função ao organismo, ainda que a reposição hormonal seja necessária, pois a porção que permanece é capaz de continuar a produção de hormônio. 

Além disso, atualmente, a cirurgia robótica também pode ser uma alternativa para a cirurgia da tireoide, ainda que menos utilizada, permite realizar o procedimento por abordagem retroauricular - por trás da orelha - ou por via transoral, através do procedimento denominado Tireoidectomia endoscópica transoral (TOETVA) ou tireoidectomia robótica transoral (TORTVA). 

Em alguns casos, se houver comprometimento dos gânglios linfáticos do pescoço, pode ser necessário removê-los durante a cirurgia, procedimento denominado esvaziamento cervical. A remoção de muitos linfonodos, incluindo os do pescoço, é chamada esvaziamento radical modificado.

Cirurgia transoral
A cirurgia transoral é indicada para casos de nódulos menores e em tireoides que não apresentam processo inflamatório, como a tireoidite e, para lesões que possuem extensão externa tireoidiana. Em síntese, as principais indicações são para glândulas menores e pouco volumosas.

Trata-se de uma cirurgia que não tem corte externo e, portanto, é realizada internamente à boca no lábio. Aliás, é um procedimento novo, que apresenta como benefício, basicamente, a questão estética.

Quando analisada do ponto de vista do ato cirúrgico em si e das complicações, não apresenta tanta discrepância. Entretanto, o benefício pode representar uma questão importante àquelas pessoas que têm uma motivação estética, ou seja, preferem não ter um corte externo visível.

Sobretudo, é fundamental ressaltar alguns pontos relacionados a alguns riscos desse procedimento, os quais são um pouco diferentes ou não ocorrem na cirurgia convencional. Dentre eles, podemos citar a perda de sensibilidade do lábio - do terço médio do lábio inferior e da região mentoniana - e a embolia gasosa, que pode ocorrer por ser um procedimento realizado por vídeo.

Vale comentar que a busca por esse procedimento tem crescido e, ainda que o número de cirurgiões de cabeça e pescoço que a realizam não seja grande, é essencial estar atento às informações sobre tal cirurgia, para que seja possível avaliar e optar pela melhor escolha.

Entenda como é o pós-operatório

A recuperação pós-operatória da cirurgia de tireoide dura cerca de 15 dias e, durante esse período, o paciente deve evitar fazer esforços físicos, como correr, carregar peso ou atividades intensas que exijam força. Em síntese, este cuidado visa diminuir o aparecimento de inchaço e possível sangramento no local cirúrgico.

Por outro lado, o paciente pode andar, trabalhar e fazer algumas atividades leves já na semana seguinte à cirurgia de tireoide. Também é permitido movimentar o pescoço nos primeiros dias depois da cirurgia, mas deve evitar traumas ou impactos na região. A cicatriz fina no pescoço pode variar de tamanho, mas em média de 4 a 5 cm.

O pós-operatório é pouco doloroso, porém a garganta pode apresentar algum incômodo que parece ser inflamação, por até uma semana após a cirurgia. Entretanto, com o passar dos dias a sensação vai diminuindo. A tosse também é outro sintoma bem comum, por causa da manipulação da traqueia e da inflamação das cordas vocais durante a intubação.

O médico irá receitar medicamentos como anti-inflamatórios e analgésicos para o alívio da dor. Além disso, xaropes e inalação ajudam a diminuir o desconforto causado pelo procedimento. 

Em relação à restrição alimentar, é possível que sejam passadas recomendações específicas, apenas uma dieta leva. No entanto, o paciente pode sentir leve dor, principalmente, ao engolir, nos primeiros dias. O paciente pode sentir um pouco de dor, ao engolir, no dia da operação, por isso, recomenda-se apenas uma dieta leve.

Curativos

Os curativos variam conforme o tipo de fechamento se com pontos ou cola biológica. Em geral, quando é o fechamento é feito com pontos, utiliza-se duas camadas uma que se remove nos primeiros dias e a segunda camada, a que fica em contado direto com a pele, é feita com micropore, formado por vários pedaços dispostos em paralelo e tem o objetivo de proteger a incisão de bactérias, sujeiras e do sol facilitando a cicatrização, além de servir como pontos falsos que auxiliam no resultado estético da cicatriz.

Estes curativos devem ser trocados e o paciente terá que tomar alguns cuidados como, por exemplo, secar após tomar banho e manter sempre bem limpo, com uma toalha ou secador de cabelo, se for preciso.

O que muda com a retirada da glândula tireoide?

Após a retirada da tireoide, os hormônios produzidos pela glândula é substituído pela reposição via oral. Além disso, os suplementos com cálcio e vitamina D podem ser necessários no pós-operatório nos pacientes com sintomas de formigamento ou câimbras, nesse casos, em geral, a reposição de cálcio é por um curto intervalo de tempo. 

Nos casos em que apenas metade da tireoide é retirada, nem sempre há a necessidade de fazer a reposição hormonal, pois a metade que ficou será capaz de se ajustar e poderá produzir a quantidade necessária para o organismo. Entretanto, é recomendado que o paciente faça o acompanhamento médico para verificar o resultado da cirurgia e os níveis do hormônio na corrente sanguínea.

Conclusão

A tireoidectomia, como também é chamada a cirurgia de tireoide, pode ser a retirada parcial ou total da glândula.  
O procedimento tem baixo índice de complicações, entretanto, como qualquer outro procedimento e, pelo órgão estar localizado em uma região delicada próxima a estruturas importantes e delicadas do pescoço, como por exemplo, as veias jugulares internas, as artérias carótidas, nervos e outras glândulas, podem haver complicações, ainda que raras.
Os riscos mais comuns são a alteração da voz e queda do cálcio. Além disso, pode ocorrer infecção e sangramentos ainda que mais raros. Certamente, vale lembrar que é muito importante que o paciente consulte um especialista habilitado, para garantir a total segurança e eficácia do procedimento.
Por ser uma glândula que produz hormônio, com a retirada total do órgão, o paciente deverá fazer reposição por toda a vida.

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