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Tudo Sobre Câncer de Tireoide

mar. 12, 2020
A tireoide é uma glândula localizada na parte da frente do pescoço, logo abaixo da laringe, que faz parte do sistema endócrino do corpo. Sua principal função é produzir os hormônios T3 e T4, responsáveis por regular o metabolismo, a frequência cardíaca, a pressão arterial e a temperatura.

O funcionamento da glândula não dependente da presença ou não de nódulos tireoidianos, ou seja, mesmo sem nódulos a tireoide pode não funcionar de forma adequada e a maioria dos pacientes com nódulos tireoidianos malignos, não apresentam alterações nos hormônios, portanto na avaliação completa é recomendado, além da avaliação clínica, a ultrassonografia e as dosagens hormonais, pois o hipertireoidismo (funcionamento em excesso) ou hipotireoidismo (falta de funcionamento) são diagnosticados pelas dosagens dos hormônios; TSH, T4 e T3.  

O câncer de tireoide, atualmente, representa 1 a 2% de todos os tipos de câncer, sendo a de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Ele é o 5º tipo mais frequente em mulheres, chegando a afetar 18 em cada 100 mil no Brasil.
Abaixo, você vai saber tudo sobre câncer de tireoide. Conheça seus sintomas, causas, fatores de risco e formas de diagnosticar e tratar a doença. Boa leitura!

O que é câncer de tireoide?

É uma doença que se caracteriza pela presença de um tumor maligno. Ele costuma acometer principalmente mulheres, na faixa etária dos 30 a 50 anos. Não se sabe ao certo o motivo, mas a frequência entre pacientes femininas é 3 a 5 vezes maior do que em homens.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), existem 4 tipos de câncer que podem acometer a glândula. São eles:

1. Papilífero

É o tipo de câncer de tireoide mais comum, aparecendo em 80% dos casos. Geralmente, o nódulo cresce lentamente, podendo se espalhar, mesmo que de forma rara, para:

  • Gânglios linfáticos do pescoço;
  • Pulmões;
  • Ossos.

Quando detectado em seu estágio inicial e localizado somente na tireoide, a taxa de cura pode chegar em 100% em pacientes jovens.

2. Folicular

Trata-se do segundo tipo mais comum, representando de 10% a 15% dos casos. Este tumor pode se espalhar para os pulmões e ossos, mas raramente para os linfonodos.

Costuma acometer mais pacientes entre 40 e 60 anos. Se detectado na fase inicial, é possível obter cura total em quase 95% das vezes

Em ambos os casos, as taxas de cura são menores a partir dos 55 anos.

3. Medular

Apesar de raro, visto que representa somente 5% dos casos, é um tipo de câncer mais grave e que apresenta pior evolução e menos chances de cura – se comparado com os demais.
A eliminação total da doença depende de alguns fatores, como:

  • Quando o tumor não se espalha para fora da tireoide, há 90% de chances de sobreviver por 10 anos;
  • Caso se espalhe para gânglios linfáticos no pescoço, as chances reduzem para 70%;
  • Quando atinge locais distantes, como fígado, cérebro ou ossos, a taxa reduz ainda mais, atingindo os 20%.
Esse tipo de câncer de tireoide pode ser hereditário, pela mutação de um gene chamado RET e acometer mais pessoas de uma mesma família, ou ocasional quando a mutação não está presente, portanto recomenda-se a pesquisa da mutação deste gene para todos os casos de câncer medular, pois serve para a orientação familiar. 

4. Anaplásico

É a forma menos comum, representando de 1% a 2% dos casos. Porém, é o mais agressivo de todos, com poucas chances de cura. Esse é o único tipo de tumor que afeta mais homens do que mulheres, em sua maioria com mais de 65 anos.

Quais as causas e fatores de risco para a doença?

Ainda não foram identificadas todas as causas do câncer de tireoide. Entretanto, pessoas que se enquadram em determinados perfis estão mais propensas a a ter doença, entre eles:

  • Idade de 20 a 55 anos, faixa etária que corresponde a 2/3 dos casos;
  • Ter realizado algum tratamento que levou a uma grande exposição à radiação, especialmente na infância e adolescência;
  • Presença de nódulo na tireoide que apresenta crescimento rápido;

Outro fator de risco comum é o histórico familiar de câncer de tireoide. 

Estar incluído em um desses perfis não significa que, obrigatoriamente, a pessoa irá desenvolver o tumor.

Principais sintomas do câncer de tireoide

Em seu estágio inicial, a doença costuma ser assintomática. Conforme o nódulo vai crescendo, o paciente começa a reparar a existência de uma “bola” no pescoço através de um simples toque. Em seguida, pode apresentar alguns incômodos, como:

  • Ampliação da tireoide ou inchaço no pescoço;
  • Problemas de deglutição;
  • Mudança na voz ou rouquidão.

O sucesso no tratamento do câncer, incluindo o da tireoide, é mais provável quando a doença é diagnosticada precocemente. Por isso, é essencial procurar manter hábitos de vida saudáveis e na presença de algum sintomas procurar um especialista para uma avaliação.

Como é feito o diagnóstico do tumor?

Geralmente, o diagnóstico nas fases iniciais da doença é feito de forma ocasional em exames de rotina. No entanto, a maioria dos nódulos tireoidianos achados em exames, cerca de 90% dos casos são benignos, ou seja, não apresenta riscos à saúde. No entanto, de qualquer forma, apenas com uma avaliação médica especializada pode se obter o diagnóstico correto.

Em linhas gerais, a avaliação funcional da glândula é feita com as dosagens dos hormônios T3, T4 e do TSH. Isso é importante para conferir como está o funcionamento da glândula.

Por outro lado, quando há suspeita de câncer de tireóide, é necessário a realização de exames de imagens, sendo os exames principais citados abaixo.

1. Ultrassom

A ultrassonografia da tireóide é o melhor método quando se deseja avaliar a presença de nódulos tireoidianos e se os mesmos apresentam alguma característica suspeita para câncer, tais como o tamanho, formato, presença ou não de microcalcificações. Informações como estas são essenciais para um diagnóstico preciso e indicação do tratamento adequado.

2. Biópsia por punção aspirativa com agulha fina (PAAF)

Após a realização da ultrassonografia, baseado nas características clínicas do paciente, fatores de riscos e características do nódulo o especialista pode decidir quando o nódulo merece ser biopsiado. Geralmente a biópsia, comumente conhecida como PAAF é guiada pelo Ultrassom e é considerada um exame essencial para os casos suspeitos. O resultado da biópsia pode ser agrupado em 6 categorias pela classificação de Bethesda, e que de forma simples podemos resumir em 3 possibilidades.
  1. Benigno. Nos pacientes assintomáticos, indica-se seguimento.
  2. Maligno. Atualmente, o tratamento cirúrgico é a melhor opção.
  3. Suspeito. A decisão entre seguimento ou cirurgia vai depender das características do paciente e do nódulo.
Nos casos suspeitos, somente após a cirurgia e posterior análise será possível determinar definitivamente se o nódulo é, de fato, maligno ou não.

3. Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética

Esses exames costumam ser requisitados em casos específicos. Em geral, nos tumores mais avançados para se avaliar a extensão da doença para as estruturas vizinhas a tireoide ou metástases a distância, ou seja, se o câncer já se espalhou para outros órgãos.

Somente após o diagnóstico correto o médico poderá definir qual o tratamento mais adequado.

Como é o tratamento do câncer de tireoide?

O tratamento do câncer de tireoide tem como base a cirurgia. O adequado planejamento cirúrgico dos pacientes com suspeita de câncer de tireoide, começa na avaliação pré-operatória com uma ultrassonografia cervical para o estadiamento da doença, ou seja, para avaliar a presença de eventuais metástases linfonodais além do tumor diagnosticado na glândula. Nos casos de doença localizada, o tratamento cirúrgico do câncer de tireóide pode ser feito com a Tireoidectomia parcial ou total, ou seja, a remoção de metade ou de toda a glândula. A depender de características do paciente e da extensão da doença. Nos casos de doença com extensão extra-tireoidiana ou com acometimento dos linfonodos, o cirurgião faz o chamado esvaziamento cervical, que consiste na remoção dos gânglios linfáticos (ínguas) nas áreas de risco ou acometimento da doença.

Iodo Radioativo

Nesse tratamento, o paciente ingere uma pequena quantidade de iodo radioativo, que tem como objetivo destruir eventuais células cancerígenas da tireoide, que possam estar em circulação.

Esse método costuma ser indicado para casos selecionados, em geral, para doença que teve extensão para fora da glândula, nódulos linfáticos ou demais partes do corpo.

Radioterapia

O tratamento com radioterapia é excepcionalmente indicado para casos muitos selecionados de pacientes com tumores do tipo papilífero, quando não mais se observa a absorção do iodo pela doença ou para pacientes com carcinoma medular com metástases linfonodais ou carcinoma anaplásico. 

Quimioterapia

Consiste no uso de drogas para eliminar as células cancerosas. Ela pode ser benéfica para pacientes com tumor anaplásico, porém raramente é utilizada para tratar as demais formas – exceto em casos muito avançados da doença.

É importante destacar que, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, as chances de cura superam os 90%, e neste cenário a maioria das vezes é necessário apenas o tratamento cirúrgico.

Cuidados que devem ser tomados após a cirurgia de câncer de tireoide

Nas primeiras semanas após a cirurgia, é recomendado evitar qualquer tipo de esforço físico mais intenso, tais como correr e carregar peso.

Esse cuidado é importante para evitar sangramento, que levaria um abaulamento cervical (inchaço). No entanto, não é recomendado que o paciente fique em repouso absoluto, pode se fazer atividades do dia a dia, sem esforços físicos.

De maneira geral, o pós-operatório é considerado pouco doloroso. Porém, é comum que surjam alguns sintomas, como dor na garganta, que desaparecem com o tempo e habitualmente não costuma haver restrições alimentares específicas no pós-cirúrgico. 

Complicações pós operatórias mais comuns:

  • Câimbras ou formigamentos: Este problema ocorre apenas nos pacientes submetidos a remoção total da glândula, pela manipulação das paratireóides. Pode ocorrer de forma transitória em até 20 a 30% dos pacientes, entretanto, a necessidade de reposição definitiva de cálcio fica restrita para cerca de 3 a 6% dos casos.
  • Alteração na voz: Este problema acomete de forma transitória aproximadamente 10% dos pacientes operados e de forma definitiva cerca de 2 a 4 % dos casos. Neste caso, será necessário realizar reabilitação com a Fonoaudióloga.
  • Sangramento: Trata-se de uma complicação rara, menos 2% dos casos. Ele ocorre quando ocorre um hematoma no local, o que pode provocar dor e dificuldade para respirar.

É possível ter uma vida normal após tratar o câncer de tireoide?

Sim. Conforme já dissemos, as chances de cura são altas. Apenas será necessário realizar a reposição hormonal, quando foi feita a remoção total da glândula, para manter o adequado funcionamento do organismo. Essa reposição não oferece limitações para o paciente seguir com a sua vida normal.

Embora os pacientes tenham altas chances de cura, pelo menos cerca de 10% dos pacientes podem evoluir com retorno da doença, o que pode ocorrer até tardiamente, anos após a cirurgia, principalmente em gânglios do pescoço (linfonodos).

Por este motivo, é importante continuar com o acompanhamento médico e realizar exames de rotina, incluindo:
  • Ultrassonografia cervical;
  • Exames laboratoriais, como tireoglobulina e anti-tireoglobulina (marcadores tumorais).

Procure um médico especializado!

Agora que você já sabe tudo sobre câncer de tireoide, lembre-se que somente um médico especializado é capaz de diagnosticar e tratar adequadamente a doença, levando o a cura.

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