A cirurgia é uma etapa imprescindível para o tratamento curativo do câncer de tireoide, tanto nos estádios iniciais quanto avançados da doença. O procedimento cirúrgico também pode ser indicado para o tratamento de nódulos benignos volumosos, que causam sintomas, como uma opção a ablação por radiofrequência.
O câncer de tireoide é mais comum do que se imagina. Segundo o site do
MD Anderson Cancer Center, 53 mil norte-americanos são diagnosticados com a doença todos os anos. No Brasil, segundo dados do INCA, para 2020, as estimativas são mais de 11 mil casos novos.
Apesar da sua
incidência ter aumentado em 10%
na última década, a taxa de mortalidade diminuiu. Atualmente, as chances de cura quando o diagnóstico é feito de forma precoce pode ultrapassar os
95%.
Grande parte dessa taxa de sucesso na cura recai sobre o tratamento cirúrgico. Conheça tudo sobre ela abaixo!
O adequado planejamento cirúrgico dos pacientes com suspeita de câncer de tireoide, começa na avaliação pré-operatória com uma ultrassonografia cervical para o estadiamento da doença, ou seja, para avaliar a presença de eventuais metástases linfonodais além do tumor diagnosticado na glândula.
Nos casos de doença localizada, o tratamento cirúrgico do câncer de tireóide pode ser feito com a
Tireoidectomia parcial ou total, ou seja, a remoção de metade ou de toda a glândula. A depender de características do paciente e da extensão da doença.
Nos casos de doença com extensão extra-tireoidiana ou com acometimento dos linfonodos, o cirurgião faz o chamado
esvaziamento cervical, que consiste na remoção dos gânglios linfáticos (ínguas) nas áreas de risco ou acometimento da doença.
Vias de acesso, a cirurgia pode ser feita de forma convencional ou transoral (TOETVA da sigla inglesa). Na cirurgia dita convencional o cirurgião realiza uma incisão (corte) cervical, para que seja possível observar e retirar a tireoide e os linfonodos, quando necessário. Em casos selecionados, é possível realizar a cirurgia transoral, sendo mais comumente indicada para pacientes com maior preocupação estética, com doença inicial, em geral, tumores menores que 2 cm e com tireoide pouco volumosa, sem sinais de tireoidite (inflamação).. Trata-se de um procedimento em que não há corte externo, mas sim na parte interna do lábio, como consequência, faz-se uso de antibiótico para reduzir o risco de infecção. Estes procedimento são feitos com anestesia geral e tem duração média de duas horas.
Nos casos que são indicados a retirada total da glândula, o paciente precisará repor o hormônio tireoidiano para o resto da vida.
Antes de
realizar a cirurgia de câncer de tireoide, o paciente deve realizar uma série de exames, a fim de verificar o estado de saúde. Os mais comuns são:
- Exames de sangue;
- Eletrocardiograma;
- Radiografia de tórax;
- Ultrassom cervical e da tireoide.
É indicado, ainda, que ele faça jejum de 8 horas antes do procedimento
e não ingira medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico, como aspirina, nos 7 dias que antecedem a data. Em média, o paciente fica um dia internado
e cerca de 7 a 14 dias após o procedimento pode voltar ao trabalho. Nas primeiras semanas após a cirurgia, é recomendado evitar qualquer tipo de esforço físico mais intenso, tais como correr e carregar peso.
Esse cuidado é importante para evitar sangramento, que levaria um abaulamento cervical (inchaço). No entanto, não é recomendado que o paciente fique em repouso absoluto, pode se fazer atividades do dia a dia, sem esforços físicos.
De maneira geral, o pós-operatório é considerado pouco doloroso. Porém, é comum que surjam alguns sintomas, como dor na garganta, que desaparecem com o tempo.
É importante ter em mente que o câncer de tireoide possui altas taxas de cura, cerca de 95%, quando tratado de forma adequada, portanto, procure um especialista.
Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Escreva para nós no final deste post que esclarecemos para você.